segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Festival da Terra Ara Pyau

A Escola Indígena Itaty nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2016, realizou no Centro de Formação Tataendy Rupa, o  Festival da Terra Ara Pyau, em comemoração do Ano Novo Guarani, onde um ciclo termina e ao mesmo tempo um novo inicia.
No dia 27, a Abertura deu-se com apresentação do Coral Tape Mirim da Tekoa Itaty, em seguida aconteceu a troca de sementes entre os convidados e comunidade depois o ritual de consagração feita pelos jovens Mbya Guarani.

Imagem 1. Exposição das Sementes

Imagem 2. Consagração das Sementes pelos Jovens Mbya Guarani da Tekoa Itaty

Logo em seguida como planejado os homens presentes foram preparar o solo, que culturalmente são os homens que preparam o solo e quem planta a semente, são as mulheres.

Imagem 3.


Imagem 4.

Contou com a participação dos “Pallassos enrebeldia” que encerraram sua temporada de apresentação do Festival pela Terra aqui na TI Morro dos Cavalos. Também, contou com a participação surpresa do Maracatu Arrasta Ilha que contagiou as pessoas presente. 

Imagem 5.  Palhaços em rebeldia

Imagem 6. Arrasta Ilha

O objetivo do evento foi mostrar um pouco da realidade do Povo Mbya Guarani aqui no Morro dos Cavalos, com relação a agricultura, manuseio e preparo do solo, a importância da troca de sementes, a relação do ser humano com as sementes e o solo. Tudo isso foi abordado durante o evento, e as pessoas presente conseguiram entender isso, ver e vivenciar um pouco da Vida Guarani.

       Finalizamos o evento  dia 28 pela manhã com a construção de uma pequena horta medicinal e apresentação do Documentário Nhandé va’e kue meme’i “ Os seres vivos da mata e sua vida com as pessoas” e explicação dos Professores Marcelo Wera Mirim e Marcos Karai Popygua, sobre a relação dos animais com a agricultura Guarani

Mais fotos nos álbuns abaixo: 







segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Construção da Opy Miri

Cultura Guarani Mbya

Cultura não se resgata, cultura se aprende. Cultura não se desaprende, mas sofre mutações, influências e adaptações. A cultura só se acaba quando se mata. A cultura guarani vem enfrentando resistências da parte do sistema nacional de educação quando temos que obedecer a um currículo que é estranho e antagônico ao nosso modo de viver, entender a natureza e o universo. O povo guarani tem seu sistema de educação “ensino aprendizado” que deu muito certo na educação do nosso povo, com relação ao Tekoá (Meio ambiente).
            É por esse motivo que nossa cultura continua viva até hoje. Apesar de não termos terras demarcadas, nossas nunca morreu. Nossas crenças são repassadas de geração e são praticadas por todos que moram na aldeia. Tudo o que for positivo e bom para nossa sobrevivência que aprendemos com outras culturas passa a fazer parte da nossa. A cultura não pode ficar parada no tempo. Queremos a escola na aldeia para que possamos revitalizar nossa cultura e aprender as culturas de outros povos para podermos criar estratégicas de sobrevivência.
            Na nossa aldeia vivemos todos juntos, tudo é coletivo e todos falam guarani. A nossa comunicação na aldeia se dá na nossa língua. A escola passou a ser um centro de reuniões diárias onde nos encontramos para dizermos um bom dia um ao outro e saudarmos o sol que aparece mesmo em dias de chuva para nos visitar e iluminar a terra.
            Na sala de aula aprendemos matemática e a língua portuguesa. Fazemos pesquisas sobre geografia, história e ciências. Na casa de cultura ao lado, contamos história, fumamos petyngua, cantamos e dançamos com as crianças. Trabalhamos todos juntos e comemos na mesma mesa. A vida na aldeia é muito boa.
                                                                                                                     
                                                               Adão Karai Tataendy Antunes



Figura 1.  Antiga Opy Miri



Figura 2. Construção atual Opy Miri



  
Opy Mirĩ

A Escola Indígena Itaty, juntamente com a Tekoa, na Terra Indígena Morro dos Cavalos, estamos com atividade de revitalização da OPY MIRĨ, que será um espaço usado como veiculo pedagógico. Pois ela é de extrema importância para o povo Mbya Guarani, conforme nossos costumes e crenças.
    Na OPY MIRĨ, aprendemos a praticar desde infância cantos, rezas, rituais sagrados para nosso Povo.
Escola e a OPY MIRĨ

Na Opy Mirĩ praticamos as atividades que as crianças deixaram de praticar no momento que a escola entrou na Tekoa, pois é nesse espaço que aprendemos tudo sobre a nossa história, o respeito com todos os seres vivos, o entendimento da função de nomes de cada pessoa, o respeito por si mesmo, reverenciamos as divindades: Nhamandu, Tupã, Nhanderu Tenonde, Nhanderu Karai e Nhanderu Jakaira. Também, nessa reverencia conseguimos nos situar dos acontecimentos que acontece em cada tempo, quando compreendemos o que significa Ara Pyau, Ara Yma, Ara Guyje, Ara Mbyte.

Processo de aprendizagem se dá:

Através dos Xeramõi kuery, que são os velhos sábios, com a oralidade seguida da pratica, quem vai dizer que aprendeu, será a pessoa que está sendo ensinado, é uma auto avaliação como pessoa.

Escola

Temos a escola como um instrumento Político de registro de todas as atividades feitas pelos professores e alunos, que tem que como papel principal de colocar tudo que é aprendido na OPY MIRĨ, num pedaço de papel.

Processo de Ensino e Aprendizado:

Através dos Professores no momento que eles planejam suas aulas de acordo com a realidade vivida na Tekoa. Passam aos alunos a visão da sociedade de fora, sobre tudo. Por exemplo, Ideologia que é implantado na sociedade la fora, que está destruindo os valores Familiar, Cultural, ambiental e Social, do mundo que vivem.  Inclusive a Visão da história que é passada nas escolas Públicas sobre os Povos Indígenas.
Esse é um dos exemplos que os professores colocam nos seus planejamos, para que o aluno aprenda a ler e escrever, nessa visão de mundos poderá aceitar, questionar e sugerir.

Por isso a importância da OPY MIRĨ na escola.


Aguyjevete!