Cultura
Guarani Mbya
Cultura
não se resgata, cultura se aprende. Cultura não se desaprende, mas sofre
mutações, influências e adaptações. A cultura só se acaba quando se mata. A
cultura guarani vem enfrentando resistências da parte do sistema nacional de
educação quando temos que obedecer a um currículo que é estranho e antagônico
ao nosso modo de viver, entender a natureza e o universo. O povo guarani tem
seu sistema de educação “ensino aprendizado” que deu muito certo na educação do
nosso povo, com relação ao Tekoá (Meio ambiente).
É por esse motivo que nossa cultura
continua viva até hoje. Apesar de não termos terras demarcadas, nossas nunca
morreu. Nossas crenças são repassadas de geração e são praticadas por todos que
moram na aldeia. Tudo o que for positivo e bom para nossa sobrevivência que
aprendemos com outras culturas passa a fazer parte da nossa. A cultura não pode
ficar parada no tempo. Queremos a escola na aldeia para que possamos
revitalizar nossa cultura e aprender as culturas de outros povos para podermos
criar estratégicas de sobrevivência.
Na nossa aldeia vivemos todos
juntos, tudo é coletivo e todos falam guarani. A nossa comunicação na aldeia se
dá na nossa língua. A escola passou a ser um centro de reuniões diárias onde
nos encontramos para dizermos um bom dia um ao outro e saudarmos o sol que
aparece mesmo em dias de chuva para nos visitar e iluminar a terra.
Na sala de aula aprendemos
matemática e a língua portuguesa. Fazemos pesquisas sobre geografia, história e
ciências. Na casa de cultura ao lado, contamos história, fumamos petyngua,
cantamos e dançamos com as crianças. Trabalhamos todos juntos e comemos na
mesma mesa. A vida na aldeia é muito boa.
Adão
Karai Tataendy Antunes
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Figura 1. Antiga Opy Miri |
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Figura 2. Construção atual Opy Miri |
Opy Mirĩ
A Escola Indígena Itaty, juntamente com a Tekoa, na Terra
Indígena Morro dos Cavalos, estamos com atividade de revitalização da OPY MIRĨ,
que será um espaço usado como veiculo pedagógico. Pois ela é de extrema
importância para o povo Mbya Guarani, conforme nossos costumes e crenças.
Na OPY MIRĨ,
aprendemos a praticar desde infância cantos, rezas, rituais sagrados para nosso
Povo.
Escola e a OPY MIRĨ
Na Opy Mirĩ praticamos as atividades que as crianças deixaram
de praticar no momento que a escola entrou na Tekoa, pois é nesse espaço que
aprendemos tudo sobre a nossa história, o respeito com todos os seres vivos, o
entendimento da função de nomes de cada pessoa, o respeito por si mesmo,
reverenciamos as divindades: Nhamandu, Tupã, Nhanderu Tenonde, Nhanderu Karai e
Nhanderu Jakaira. Também, nessa reverencia conseguimos nos situar dos
acontecimentos que acontece em cada tempo, quando compreendemos o que significa
Ara Pyau, Ara Yma, Ara Guyje, Ara Mbyte.
Processo de aprendizagem
se dá:
Através dos Xeramõi kuery, que são os velhos sábios, com a
oralidade seguida da pratica, quem vai dizer que aprendeu, será a pessoa que
está sendo ensinado, é uma auto avaliação como pessoa.
Escola
Temos a escola como um instrumento Político de registro de
todas as atividades feitas pelos professores e alunos, que tem que como papel
principal de colocar tudo que é aprendido na OPY MIRĨ, num pedaço de papel.
Processo de Ensino e
Aprendizado:
Através dos Professores no momento que eles planejam suas
aulas de acordo com a realidade vivida na Tekoa. Passam aos alunos a visão da
sociedade de fora, sobre tudo. Por exemplo,
Ideologia que é implantado na sociedade la fora, que está destruindo os
valores Familiar, Cultural, ambiental e Social, do mundo que vivem. Inclusive a Visão da história que é passada
nas escolas Públicas sobre os Povos Indígenas.
Esse é um dos exemplos que os professores colocam nos seus
planejamos, para que o aluno aprenda a ler e escrever, nessa visão de mundos
poderá aceitar, questionar e sugerir.
Por isso a importância da OPY MIRĨ na escola.
Aguyjevete!